sexta-feira, 9 de julho de 2010

TARDINHA

A tarde calma tem um encanto infinito. Transforma-se em noite, como todas as tardes, mas dentro de mim mantém-se tarde e arde num brando lume sem fim. Olhem para a de hoje, a pousar o seu manto etéreo com arejados requebros de medusa. Ela insinua-se e a sua chama chama-me como se a cada segundo se fosse apagar, mas eu, que já a conheço, porque a trago na alma desde a primeira tarde, sei que isto é uma dança como a que mantenho com o tempo desde que o tempo perde tempo comigo.

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