segunda-feira, 14 de junho de 2010

POR TUDO E POR NADA

Pergunto-me como estarás, se bem, se mal, se em sacrifício ou em paz, se confusa, se clarividente, se pensarás e em quem, em mim, em ti, em toda a gente ou em ninguém, se estarás a rir ou a chorar, ou simplesmente a meditar, se sentirás tristeza ou alegria, se dentro de ti será noite ou dia, se me quererás ainda ou nunca tanto assim, se nos teus sonhos chamarás por mim, se precisarás de alento, se terás vontade, se respirarás bom vento ou tempestade, se serás presente aí e agora, se desejarás depressa vir embora, se confiarás no espaço imenso, se te agarrarás ao corpo denso, se acolherás a lei da impermanência, se te faltará a paciência, se na doutrina perderás o olhar, se da piscina avistarás o mar, se ficará tranquila a tua mente, se rebentará como um vulcão ardente, se o amor de ser será maior que o desejo de saber amar melhor, se te sentirás em comunhão com tudo, se tomarás silêncio por barulho mudo, se rezarás o terço para travar a ânsia, se entenderás o universo como uma substância, se te irritará o deslumbramento alheio, se decidirás deixar a experiência a meio, se beberás água na eterna nascente, se farás da mágoa uma terna semente, se descobrirás o sentido da vida, se a senti-lo comigo estarás decidida.